Sunday 12 June 2011

às vezes a saudade entra pela porta das traseiras, de mansinho...

Esta noite sonhei que me fartei. Daqueles sonhos que são como um filme, em que só assistimos atrás da máquina que são os nossos olhos, sem poder de iniciativa ou voz. Nem sei que voz as outras pessoas tinham, se portuguesas, suecas ou inglesas.

Pois havia uma grande mesa comprida (várias, por baixo das toalhas) no meio de uma rua em paralelo, a descer. Esta tinha a delimitá-la casas de pedra com rés-do-chão e primeiro andar. Ao longe, o Sol punha-se atrás das montanhas. Eu estava rodeada de pessoas de quem gostava muito, mas não tenho a certeza se eram a minha família. Cheirava a sardinha (os sonhos, os sonhos...) e pimentos assados. O clima era de São João.

No momento seguinte, estava já à beira-mar. Uma mistura de Póvoa de Varzim com Foz do Porto, prédios altos e confeitarias e cafés nos rés-do-chão, mas o mar mais longe deles. Havia barcos na areia, vindos da pesca. Aqui apercebi-me que não estava em Portugal. Era Gotemburgo, dizia-me alguém. A única confeitaria que vendia produtos portugueses ficava num prédio muito grande (tipo Edifício Transparente) e já lá dentro recebi uma caixinha. Línguas de gato, ovos moles, dois pastéis de nata...

Depois continuei a caminhar à beira-mar. Se estava sozinha, não o senti, pois tinha o coração quente.
Tenho saudades disso.
E do Oceano.
E de vocês.


Sim.
Ao sétimo dia, Deus criou a Saudade.

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